ED INFANTIL
Célia Maria Carolino Pires
Introdução
Desde muito pequenas, geralmente incentivadas pelos adultos que as rodeiam, as crianças brincam de contar: 1, 2, 3, 4, 5... Por meio de brincadeiras e de interação com situações da vida cotidiana, elas vão tendo contatos com os números naturais, que formam um conjunto infinito de números, do qual também faz parte o número zero.
Os números naturais são usados em situações diversas e desempenham diferentes funções. Em determinadas situações, o número natural é um indicador de quantidade. Ele permite evocar uma quantidade, mentalmente, sem que ela esteja fisicamente presente: quantos são os dias do mês, quantos são os meus irmãos etc.. Nesse caso, dizemos que o número natural está sendo considerado em seu aspecto cardinal.
Em outras situações o número natural é um indicador de posição. Quer dizer: ele possibilita guardar o lugar ocupado por um objeto, pessoa ou acontecimentos: abril é o quarto mês do ano, eu sento na terceira carteira da fila da janela etc.. É o chamado aspecto ordinal.
Há ainda situações em que os números naturais são usados como código, o que não tem necessariamente ligação com o aspecto cardinal, nem com o aspecto ordinal: o número de telefone, de placa de carro, do ônibus etc... Sintetizando, podemos dizer que os números naturais assumem diferentes funções, a saber:
- Memória da quantidade (aspecto cardinal).
- Memória da posição (aspecto ordinal).
- Instrumento para codificar.
Para que servem os números? O que pensam as crianças?
É razoavelmente recente a descoberta de que as crianças convivem com a Matemática muito antes de ingressarem na escola. Buscam soluções para problemas, constroem conhecimentos, elaboram explicações e dão conta de resolver situações fazendo uso de procedimentos matemáticos.
Desse modo, as atividades numéricas abordadas nos primeiros anos de escolaridade deveriam ser uma continuidade natural das