A lógica das fusões e aquisições Autor: Flávio Kezam Málaga Até o inicio de 2008, o mercado de fusões e aquisições estava aquecido, como mostram dados publicados recentemente. A estabilização da economia, a fragmentação de algumas indústrias, a aproximação do país do grau de investimento, a liquidez financeira do mercado internacional, o baixo custo de capital, o desenvolvimento do mercado de capitais brasileiro e o potencial de crescimento do país, entre outros, impulsionam essas atividades. Considerando que as fusões e aquisições são uma das principais decisões de investimento das empresas e que movimentam somas significantes de valores, espera-se que tais decisões influenciem positivamente os resultados acionários e contábeis das empresas adquirentes. Entretanto, diversos estudos apontam que, de forma geral, as aquisições acabam transferindo riqueza dos acionistas das empresas adquirentes para os acionistas das empresas adquiridas. Em outras palavras, a informação do mercado e do balanço das empresas é de que o preço pago pelas aquisições está em um patamar que não viabilizaria retornos financeiros acima do custo de capital dos investidores. Desta forma, se a busca por resultados financeiros não seria o direcionador das fusões e aquisições, quais outras motivações poderiam influenciar a decisão dos executivos de engajar suas empresas em tais atividades? Qual seria a lógica das fusões e aquisições? A teoria de finanças define que os gestores tomam decisões de investimento visando ou o aumento da riqueza de seus acionistas ou benefícios próprios. As motivações para as fusões e aquisições, citadas a seguir, podem ser vistas da mesma forma: objetivando uma melhora financeira da empresa ou o bem-estar dos gestores. O comportamento de massa seria uma das principais motivações para os executivos adquirirem outras empresas. Em um mercado pujante de compra de ativos, os gestores não conseguiriam lidar psicologicamente com as ondas de aquisições, principalmente nos