Economia e estado

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a grande maioria dos países europeus, a direita está hoje no poder. O continente inteiro, enfileirado com o resto do mundo industrializado, foi sacudido por uma grave crise econômica. Que perspectivas a esquerda tem para se levantar novamente? O advento da recessão lhe dará oportunidades para se reconstituir e se recuperar?

À primeira vista, a resposta à segunda pergunta parece um sim. Eis por que:

1. A crise dos mercados financeiros é um sinal evidente e catastrófico da falência do mercado. Presumia-se que a liberalização dos mercados levaria a uma distribuição eficaz dos recursos em vantagem da produção de riqueza. Ao invés disso, levou ao deslocamento e à ruína. Uma das teses clássicas da esquerda, a saber, que os mercados têm necessidade de uma regulamentação atenta, voltou à tona.

2. Pode-se acrescentar a isso que os mercados deixados sem limites podem ter impactos desastrosos no ambiente em geral. Nick Stern, autor do famoso Relatório Stern sobre as mudanças climáticas, defende que o avanço do reaquecimento global representa “o exemplo máximo de falência do mercado ao qual jamais se assistiu”.

3. Existem, portanto, as bases para um retorno do Estado e para a intervenção ativa na vida econômica, também estes parte do terreno clássico da esquerda. É provável que, no futuro, os mercados financeiros desempenhem um papel mais limitado com relação ao passado na economia no seu complexo.

4. Nas últimas duas ou três décadas, vimos uma fase de expansão da desigualdade que até países igualitários como os Estados escandinavos sofreram para frear. Essa tendência poderia ir ao encontro de inversões no momento em que são colocadas asrédeas aos mercados, submetendo-os a um maior controle. A opinião pública mudou decisivamente de atitude, posicionando-se contra os níveis de retribuição absurdos dos quais as elites financeiras e outras altas esferas de administração desfrutam. Hoje, os governos apoiam a ação de colocar limites às compensações exageradas.

5.

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