vida para consumo
De forma intrigante, o autor apresenta o modo como, nos dias atuais, as relações sociais passam a ser mediadas pelo consumo. Consumo este, não necessariamente de produtos, mas de hábitos, valores e aparências. Os indivíduos, a partir da exposição aos padrões (de beleza, consumo, ideológico...) impostos pelo mercado, passam inconscientemente a portarem-se como objetos de consumo. Na sociedade de consumidores, ninguém pode se tornar sujeito antes de se tornar mercadoria. Seja pela posse de objetos de consumo desejáveis, ou pela sua própria transformação em padrões socialmente mais aceitos e destacáveis. A valorização excessiva do corpo e a cultura imediatista que impera sob o medo de tornar-se obsoleto e ser posto à margem da sociedade de consumidores, transpõe a razão dos indivíduos que buscam incessantemente meios de livrar-se de todo o mal-estar e insatisfação, provocados por tudo o que é visto como ultrapassado pelos demais.
Diferentemente da sociedade de produtores, onde os indivíduos eram treinados e doutrinados desde o nascimento para agir dentro de ambientes que lhes seriam fonte de subsistência, a sociedade de consumidores assume, como conceitua Bauman, a fase líquida da modernidade. Onde, teoricamente, não existe uma ideologia a ser