Economia Politica
Como vimos, a Rússia foi um polo de debates teóricos, ao representar um caso muito especial de desenvolvimento econômico, político e institucional. A revolução de 1905 provocou, além das polêmicas sobre o caráter do desenvolvimento capitalista e da revolução democrática, os intermináveis debates na Alemanha e em toda a Internacional sobre a greve geral. Maior ainda foi o impacto teórico provocado pela Revolução Russa de outubro de 1917. Esta criara um regime político totalmente inédito com a implantação do Estado Soviético e iniciará posteriormente uma acumulação primitiva socialista. Ambos problemas eram totalmente novos para a teoria marxista e para todas as correntes do pensamento econômico, aos quais nos dedicaremos mais adiante. Ao mesmo tempo, nestes anos de intenso debate teórico, desenvolveram-se, também, amplas discussões sobre: a acumulação de capital originária a partir da economia feudal; a desintegração da comunidade rural; o seu impacto sobre o desenvolvimento do capitalismo urbano e industrial e os seus efeitos políticos (o referido debate sobre a revolução democrática na Rússia).
Não nos esqueçamos dos teóricos populistas como Danielson ou Chaidanik, que fizeram uma análise extremamente sofisticada da economia camponesa, buscando mostrar sua racionalidade econômica e sua capacidade de reproduzir-se e de alcançar um certo grau de acumulação independente do capitalismo. Enquanto isto, Lenin afirmava a inevitabilidade do desenvolvimento do capitalismo no campo, seguindo a linha de Kautsky, que analisara a evolução do capitalismo na economia rural da Europa Central e produzira um dos mais belos estudos sobre a economia feudal ao analisar a economia de quatro folhas no seu livro 'A Questão Agrária' (1972).
Outro campo ao qual os pensadores marxistas deram importante contribuição, neste período, ainda que insuficiente, foi a questão nacional. O movimento político marxista se aplicou sistematicamente na