Ecologia e relações internacionais
O Clube de Roma nasceu em 1960, congregando cientistas, economistas e altos funcionários governamentais, com finalidade de interpretar aquilo que foi denominado “sistema global”.
Os conceitos e abordagens do Clube de Roma refletiam uma conjuntura particularmente intensa. A descolonização afro-asiática e o Movimento dos Países Não-Alinhados modificavam a agenda internacional, introduzindo novos problemas como a pobreza do Terceiro Mundo e a chamada explosão demográfica. A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo em 1972, praticamente inaugurou a diplomacia ambiental. A conferência ecoou o programa do Clube de Roma. Mas esse programa não pode ser aplicado na prática, pois entrava em conflito direto com o princípio da soberania nacional. Estocolmo gerou a Convenção das Nações Unidas sobre Meio Ambiente que é uma declaração de princípios gerais. Em seguida firmaram-se bases científicas e políticas sólidas para o encaminhamento do problema da rarefação da camada de ozônio, através da Convenção de Viena de 1985 e do Protocolo de Montreal de 1987. O sucesso das iniciativas de proteção da camada de ozônio decorreu da virtual inexistência de interesses divergentes na comunidade internacional.
- A diplomacia Ambiental
O temário ambiental ganhou expressão social e política desde os anos 1970, com a organização de partidos verdes na Europa. Os novos partidos nutriam-se da crise ideológica da esquerda tradicional e deslocavam o vetor do debate político. O momento chave na transformação da agenda ambiental em um dos eixos de grande relevo da política internacional foi a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (ECO-92), no Rio de Janeiro. O debate que acompanhou a ECO-92 estruturou-se como uma controvérsia entre Norte e Sul. Os países do Norte, de modo geral, agarraram-se ao globalismo indiferenciado de Estocolmo, à noção politicamente ingênua