economia
Enquanto campo de pesquisa, a Ecologia Política combina perspectivas: da Ecologia Humana, inter-relações que as sociedades mantêm com os ambientes em que habitam (LITTLE, 2006); da Economia Política, o foco nas relações estruturais de poder entre sociedades; e da Ecologia Cultural, em relação às adaptações dos indivíduos ao meio ambiente (CUNHA, 2004). A inserção da economia política trouxe à tona o impacto dos sistemas produtivos nas mudanças socioambientais e a importância das relações de poder na determinação do acesso e uso dos recursos naturais (BIERSACK, 1999).
Os trabalhos orientados pela Ecologia Política têm tratado de quatro temas principais: (1) a ideia de que a utilização dos recursos naturais é organizada por relações sociais que pressionam o meio ambiente; (2) o reconhecimento da pluralidade de posições, interesses e racionalidades sobre o ambiente, de modo que o lucro de uma pessoa pode representar a pobreza de outra; (3) a ideia de uma conexão global por meio da qual os processos políticos e econômicos externos estruturem e sejam influenciados pelas questões locais; e (4) a defesa de que a degradação da terra é um resultado e uma causa da exclusão social (GEZON e PAULSON, 2004).
Os maiores avanços no campo de pesquisa da Ecologia Política deram-se em disciplinas como a Economia Política, a Antropologia e a Geografia, as quais pautaram fortemente as agendas de pesquisa e os instrumentos teóricos e metodológicos. Na Sociologia, essa abordagem tem tido menor atenção, ainda que possa contribuir fortemente para seu aprimoramento, em particular no debate sobre o poder enquanto variável explicativa dos conflitos e dos processos de mudança ambiental, cada vez mais presente (MIRANDA, 2011).
A fim de superar essa lacuna, realizo o esforço de incorporar criativa e não dogmaticamente a abordagem de Norbert Elias sobre o poder, por meio da utilização da ideia de figurações sociais, para pensar as relações no interior dos grupos sociais e