dzi croquetes
Na ditadura militar a arte teve papel fundamental nos movimentos políticos de esquerda para conscientizar o povo contra o regime. A arte voltada para o popular e o que não fosse de acesso às massas, chamavam de arte alienada. Em contraponto nascia o Tropicalismo, movimento inovador na estética musical, aberto e incorporador, mesclando aspectos tradicionais da cultura nacional com pretensões de um junção do arcaico com o moderno. Pegando a base da bossa nova e misturando com outra tendências (o rock). Justamente o que a esquerda engajada criticava como arte alienada. Foi a ruptura cultural (década de 67 - 68), liderada por artistas, mentores intelectuais revolucionando a arte, usando deboche, irreverência e improvisações, não só na música, como no teatro de variedades, no cinema e artes plásticas. ( a contracultura - usando valores diferentes dos aceitos pela cultura dominante, incluindo referências consideradas cafonas, ultrapassadas ou subdesenvolvidas), criando assim um novo produto. O Tropicalismo tinha também objetivos sociais e políticos, mas principalmente comportamentais, que ganharam forças, dentro de uma sociedade de regime militar, construindo uma versão própria desta posição, criticada pela esquerda política do país. Era uma vontade de transparecer gêneros, pensamentos contrários e de forma proposital para que a repressão não mudasse a permissividade intrínseca do movimento. Entretanto, essas formas de expressões não agradavam os esquerdistas, que os consideravam como novos rumos artísticos e não como iniciativa de protestos. E criticavam por não possuírem como objetivo principal, a utilização da música como "arma" de combate político à ditadura militar , quebrando assim as rígidas barreiras que permaneciam no País. Os tropicalistas acreditavam que a inovação estética musical já era uma forma de protesto.