Drogas
Além dessa questão, também merece destaque um posicionamento histórico da mídia sobre as “drogas ilícitas”. No fim da década de
70, em função do movimento norte-americano de “guerra às drogas” e da carência de estudos epidemiológicos brasileiros, a imprensa nacional começou a divulgar uma série de especulações sobre uma suposta “explosão” do uso de
“drogas ilícitas”, como maconha, cocaína, ácido lisérgico (LSD) e heroína, sobretudo entre estudantes brasileiros (Carlini-Cotrim et al.,
1995). Os primeiros estudos epidemiológicos realizados no Brasil no fim da década de 80 mostraram que, até aquele momento, a realidade era muito diferente da alardeada pela imprensa: o número de estudantes usuários de substâncias ilícitas era relativamente pequeno e estável. No entanto, alguns anos mais tarde, no início da década de 90, o número de usuários de maconha e cocaína de fato começou a aumentar, passando a justificar um posicionamento um pouco mais alarmista (Galduróz et al., 1997; Noto, 1999).
O fato de a imprensa ter alardeado um aumento do uso de alguns psicotrópicos anos