Pierre bourdieu

909 palavras 4 páginas
Em Após o fim da arte , Arthur C. Danto afirma que a arte – ou pelo menos uma determinada idéia de arte – chegou ao fim. A tese não é nova: Hegel já havia anunciado algo parecido no começo do século XIX. Nem Hegel nem Danto estavam anunciando um tempo em que não se fazem mais obras de arte, ou onde os artistas deixariam de existir ou de ter um papel relevante: isso seria uma idiotice, pois, como na época de Hegel, hoje artistas continuam produzindo obras de arte – cada vez mais, é verdade, dentro de um sistema de relações cada vez mais movido pela lógica do mercado e da mercadoria, o que caracterizaria um período “neoliberal” da arte.
O fim da arte, segundo Danto, não significa o fim das obras de artes, mas sim de um tipo de arte que fazia parte de uma história (ou de uma narrativa), pautada pelas noções de estilos e movimentos, e pela crença de que existia uma linha evolutiva entre eles – linha que seria preciso compreender para interpretar e avaliar qualquer obra de arte particular. Em outras palavras, o que acabou foi o laço que unia a arte à História, laço que estava na base de todos os manifestos e movimentos do século 20, pelo menos até meados dos anos 60. A partir daquele momento, e cada vez mais, o único compromisso dos artistas seria com a liberdade absoluta, liberdade inclusive de repetir, colar, reler, citar etc, do jeito que quiserem.
Aspas de Danto: “É parte do que define a arte contemporânea que a arte do passado esteja disponível para qualquer uso que os artistas queiram lhe dar. O que não lhes está disponível é o espírito em que a arte foi realizada.” [e isso faz toda diferença].
Ora, levando-se Danto a sério, a implicação direta disso é que não existe mais critério para se estabelecer o que é ou não é arte. Se a técnica e o talento deixaram de ter importância, se não existe diferença visível, por exemplo, entre um objeto do cotidiano e um objeto de arte, o que determina o valor de um artista passa a ser sua capacidade de inserção no sistema da

Relacionados

  • Pierre Bourdieu
    3011 palavras | 13 páginas
  • pierre bourdieu
    896 palavras | 4 páginas
  • Pierre Bourdieu
    1845 palavras | 8 páginas
  • Pierre bourdieu
    431 palavras | 2 páginas
  • Pierre Bourdieu
    2960 palavras | 12 páginas
  • Pierre Bourdieu
    2247 palavras | 9 páginas
  • Pierre Bourdieu
    500 palavras | 2 páginas
  • BOURDIEU Pierre
    77488 palavras | 310 páginas
  • Pierre Bourdieu
    1151 palavras | 5 páginas
  • Pierre Bourdieu
    799 palavras | 4 páginas