Drogas
A cocaína é uma substância psicoativa que atua no sistema de recompensa cerebral (brain reward system), através da recaptação de neurotransmissores tais como a noradrenalina, serotonina e dopamina. Embora outros neurotransmissores também estejam envolvidos no processo, acredita-se que o bloqueio da recaptação da dopamina leva a um aumento da concentração deste neurotransmissor na fenda sináptica (espaço entre os neurônios), fenômeno responsável pelas sensações de euforia e prazer associadas ao uso da droga (Nathan et al., 1998). Em longo prazo, no entanto, acredita-se que ocorra uma diminuição na disponibilidade de neurotransmissores e comprometimento de receptores, processos que podem estar associados à anedonia (ausência de prazer), ansiedade, diminuição da energia e vários problemas cognitivos (Lacayo, 1995; Cadet e Bolla, 1996; Baumann et al., 2004). Este capítulo tem o objetivo de revisar os principais achados neste campo, assim como o impacto das alterações neuropsicológicas no tratamento dos dependentes de cocaína.
O crack é um flagelo grave, precisa ser combatido com medidas enérgicas mesmo. Deve tornar-se objeto de uma cruzada nacional. Está destruindo nossa juventude, afetando milhões de famílias e comprometendo o nosso futuro. Um levantamento do CNM constatou que a droga está presente em 98% dos municípios brasileiros. Ou seja, dominou tudo. O governo não tem um número oficial de dependentes, mas a estimativa é a de que ele chegue aos 2 milhões. Sabemos que a droga vicia, principalmente, os jovens das camadas mais pobres, embora famílias de classe média também estejam sofrendo com a aniquilação de seus filhos bem-criados e bem-amados. Aliás, o crack chegou à