Drogas e modernidade

Sempre que o assunto diz respeito a toxicomania, dependência química, toxicodependencia, drogadicção, ou seja lá outra forma de nomear, sempre me vem a imagem educação. Não que acredite nessa como sendo a forma de tirar a criança/adolescente do vício, como dizem os mais crentes e midiáticos. Minhas questões são outras : me refiro à educação escola , mais ainda à instituição escola , ainda acreditando nessa como o mais possível de flexibilidade dos aparelhos de estado , como o lugar privilegiado de trocas, de formações grupais com todas as suas experiências . Seria ainda o lugar por excelência de alternativas criativas, das praticas coletivas, enfim de um lugar onde pudesse vislumbrar vontade de potência.Mas o que a escola vem oferecendo é sua apatia, uma carteira como espaço de troca com a cansada e mal reconhecida professora , seu cuspe e seu giz. “Menino não converse com os colegas” ; “vou tirar ponto de comportamento”, “faz o seu”, “usa o seu”, “não mexa com o colega”, “não agüento mais reclamações sua”, “você não tem jeito” , “agora vai prá direção”...As frases , apontamentos são a tentativa de enquadrar os corpos em seus restritos espaços, de docilizá-los, como diz Foucault. Onde tem fluxo de potencia nas escolas?Vinte minutos de recreio.É hora do mais forte se impor ao mais frágil.Mas aí vai prá casa e tem os deveres,..e direitos. Casa cheia de coisas : produtos industrializados( brinquedos da mídia, comida, videogames,TV aberta e assinatura, computador, celular e tantos outros ),bebidas engarrafadas , psicofármacos para tirar as dores. Você pode , o virtual tem . Infelizmente o virtual da imagem , longe do Virtual de Bergson. Vivemos um momento em que o mundo está sendo dividido em quem tem e quem não tem , mas onde democratiza-se a solidão. Pensa o jovem : o mundo adulto é mais fascinante , vou ter as minhas coisas ,no lugar que eu quiser...porisso que quando eu crescer vou ser igual ao meu pai. Mas se ele é miserável temos outros mais heróis :posso