Drenagens Torácicas
1 - GENERALIDADES
Consiste na inserção de um dreno tubular na cavidade pleural e/ou mediastínica conectado a um sistema de drenagem fechado.
Esta técnica é executada pelo médico, que a poderá realizar na enfermaria ou no bloco operatório.
A pleura possui dois folhetos: um visceral, aderente ao tecido pulmonar e; um parietal, aderente às estruturas da parede torácica.
Esta dupla aderência é a responsável pela manutenção da expansão torácica, ao longo do ciclo respiratório. Sem essa força de tracção o tecido pulmonar estaria permanentemente colapsado em torno dos ramos brônquicos.
O espaço pleural - espaço virtual entre os dois folhetos - é ocupado pelo liquido pleural. Este liquido tem por função reduzir o atrito entre os folhetos pleurais, durante o movimento respiratório.
Um aumento patológico deste volume liquido (por sangue, exsudados, etc.) vai afectar a força aspirativa do espaço pleural. O mesmo se verifica se existir ar no espaço pleural.
A pressão negativa pré-existente, resultante do campo de forças exercido pelo tecido pulmonar e pela pressão intra-pleural colóido-osmótica, vai então diminuir (ou mesmo ser anulada), com consequente colapso pulmonar (parcial ou total).
As trocas gasosas a nível alvéolo-capilar dependem de diversos factores, de entre os quais salientamos:
1) Volume circulante de sangue saturado de dióxido de carbono, nos capilares pulmonares;
2) a quantidade de oxigénio que atinge o alvéolo;
3) a permeabilidade da membrana alvéolo-capilar.
Sempre que há um derrame, independentemente da sua etiologia ou do seu conteúdo (liquido ou gás), vai haver uma diminuição da superfície total disponível para a efectivação das trocas gasosas, isto é, vai ocorrer uma diminuição da capacidade vital e da compliance pulmonar.
Se essa colecção de liquido ou de ar atinge proporções que coloquem em risco a vida do doente dever-se-á proceder à sua remoção através de drenagem torácica.