Drenagem torácica
0 - Introdução
O incremento do uso terapêutico da Drenagem Torácica que se tem verificado a nível dos serviços, associado ao numero de questões e de dúvidas que os enfermeiros colocam face a este tratamento, levaram a que considerasse ser importante a compilação não exaustiva de elementos básicos sobre este procedimento. Surge assim o trabalho que tendes em mão.
É nosso objectivo fornecer ao pessoal de enfermagem que lida com este tipo de equipamento, os conhecimentos básicos sobre os componentes de uma drenagem torácica, as possíveis formas como esta é realizável e as complicações a ela associadas. Ao longo do texto serão apresentados os principios em que se baseia, as indicações e a finalidade e, as vias de acesso para uma drenagem torácica. Numa segunda parte enumeram-se e descrevem-se os diversos tipos de sistema de drenagem, para no final sistematizar os riscos e as complicações, interligados com a actividade física e as alterações da auto-imagem. Nao é nem nunca pretendeu ser um texto referente aos cuidados de enfermagem. É antes uma abordagem de um tema que consideramos importante e analisado somente nas vertente do equipamento e sua utilização.
1 - Generalidades
A pleura possui dois folhetos: um visceral, aderente ao tecido pulmonar e; um parietal, aderente às estruturas da parede torácica. Esta dupla aderência é a responsável pela manutenção da expansão torácica, ao longo do ciclo respiratório. Sem essa força de tração o tecido pulmonar estaria permanentemente colapsado em torno dos ramos brônquicos.
O espaço pleural - espaço virtual entre os dois folhetos - é ocupado pelo liquido pleural. Este liquido tem por função reduzir o atrito entre os folhetos pleurais, durante o movimento respiratório.
Este liquido, segundo AGAREZ, é composto por:
Volume: 1 a 2 ml em cada espaço
Proteínas: 1,77 g/dl
Células : 4.500/ml
Monocitos - 54 %
Células degenerativas - 30 %
Linfócitos - 10 %
Polimorfonucleares - 4 %
Células