A doença renal crônica (DRC) é definida como a perda progressiva e definitiva da filtração glomerular. A evolução progressiva e irreversível da DRC ocorre quando a filtração glomerular encontra-se menor que 20% e o paciente apresenta-se com níveis elevados de uréria. Mesmo sendo considerada uma enfermidade de alta morbidade e mortalidade, as terapias de dialise têm aumentado o tempo de vida dos pacientes com DRC, o sucesso se deve ao tratamento da hemodiálise e ao transplante renal. As alterações fisiopatológicas e bioquímicas levam a inúmeros sinais e sintomas que se associam a muitas complicações que infelizmente não tem recebido atenção necessária, tais como: alterações da cavidade bucal e o manejo das manifestações odontológicas, conforme relataram Hammid, Dummer e Pinto (2006) Em pacientes com DRC, alterações comuns na cavidade bucal associam-se com a doença, sendo as mais frequentes: hálito urêmico, gengivite, periodontite, estomatite urêmica, maior índice de sangramento gengival, diminuição da sensibilidade gustativa, dor na mucosa oral, palidez e ressecamento da mucosa oral com sintomas de xerostomia e ardência bucal, erosão dentária, perda prematura dos dentes, hipoplasia do esmalte, alterações ósseas em consequência do hiperparatiroidismo secundário, baixa incidência de cárie e maior predisposição à formação de cálculo dental, também pode ser encontrada a candidíase oral. Devido à diminuição da função renal, substâncias tóxicas como uréia e creatinina, encontra-se em níveis altos no organismo, o que tem como consequência o fato do paciente apresentar uma série de sintomas e alterações sistêmicas. Em pacientes candidatos a transplante de rim, como ocorre em tratamento dialítico, existe a preocupação dos médicos em relação ao paciente apresentar uma boa saúde bucal, pois o protocolo imunossupressor utilizado pode predispô-lo a infecções bucais com possíveis disseminações desta.