Doze Homens e Uma Sentença - Metodologia do Trabalho Científico
Referido filme demonstra claramente dois modos de representação da realidade, ou melhor, dois tipos de conhecimento estudados em sala de aula: o senso comum e o científico.
“O senso comum não deixa de produzir saberes que, como os demais, servem para a compreensão de nosso mundo e de nossa sociedade, e para nela viver com auxílio de explicações simples e cômodas. Mas deve-se desconfiar dessas explicações, uma vez que podem ser um obstáculo à construção do saber adequado, pois seu caráter aparente de evidência reduz a vontade de verificá-lo”.
No início do filme, os jurados realizaram uma votação preliminar, antes mesmo de discutir qualquer prova de materialidade e autoria delitiva, a qual resultou em onze votos para a condenação e um para a absolvição.
Verifica-se, portanto, que o ato preliminar de onze jurados terem votado para a condenação do acusado se amolda as características do senso comum, uma vez que quiseram resolver a votação de forma imediata e se deixaram levar pelas suas predeterminações, ou seja, pelas convicções e expectativas pessoais de cada um.
Por exemplo, um dos jurados acredita que um dos motivos para a condenação do averiguado é porque ele “nasceu em uma favela, e favelas são nascedouro de criminosos e suas crianças são ameaças em potencial para a sociedade” (sic).
Nota-se que é uma opinião insegura, devido à incapacidade de se submeter a uma crítica sistemática, sustentada apenas nas crenças pessoais do jurado.
Outro exemplo sobre o senso comum, quando a votação está “9x3” a favor da absolvição, um dos jurados que querem a condenação fica revoltado e diz: “sabem como estas pessoas mentem. Nasceram assim (...) não prestam, são selvagens” (sic), tudo para