Doze homens e uma sentença
(12 Angry Men, 1957)
Por Rodrigo Cunha
20/02/2004
| Doze jurados para decidir a vida de um homem. Muita tensão, argumentação e conflitos lhe |
|esperam nesta obra-prima do cinema. |
Com sua experiência provinda do teatro, não é estranho que Sidney Lumet tenha feito um filme tão bom, totalmente teatral, passado 97% dentro de uma mesma sala. Acreditem, sei que soa estranho quando ouvimos essa característica, porque antes de ver o filme me perguntava se o roteiro teria força o bastante para agüentar uma mesma locação por uma hora e meia sem ficar cansativo, repetitivo, chato e desinteressante. Só que a preocupação ficou completamente de lado enquanto eu assistia essa obra-prima, já que fiquei tão dentro da história, tão envolvido, tão curioso ao ponto de até mesmo me esquecer do mundo por toda sua duração.
A história é bem simples. Doze jurados devem decidir se um jovem, acusado de assassinar o seu pai com uma facada no peito, é culpado ou inocente. Só que onze deles têm a certeza de sua culpa, enquanto o outro não quer votar por culpado apenas por cogitar a possibilidade do réu ser inocente. Não tem a clara certeza de sua culpa, algo que os outros possuem tão claramente. Como a jurisdição americana indica que só deve-se votar pela culpa do réu caso não haja nenhuma dúvida de sua acusação, e como todos os outros onze estão doidos para irem embora e acabarem com aquela 'chatice', o filme começa a criar os seus conflitos. Só que esse pouco caso de seus companheiros de júri acaba servindo de inspiração para que o jurado de número 8, interpretado por Henry Fonda (de Era uma vez no Oeste< STRONG>), busque cada vez mais a certeza dos outros jurados, tentando convencê-los a terem a mesma opinião que a sua, afinal, trata-se de uma vida humana que está em jogo, não um item qualquer.
As discussões são sempre de altíssimo nível. Você vai entrando cada vez mais na história e acaba