Doutrina cristã
O processo de aproximação da Igreja com o mundo moderno não foi fácil, não foi rápido, nem tão pouco teve a adesão de todos. A unidade 2 oferece uma visão do todo, em que é possível perceber a evolução desta história. Evidencie e explique, a partir do conteúdo desta unidade, aspectos que representam: * A) o antes (igreja na Idade Média) A Igreja alimentava a ideologia de cristandade, modelo cultural dominante de que se serviu para definir a sua relação com o mundo e com a sociedade. Esse modelo tinha suas raízes no canonismo medieval, tornando-se ativo a partir da segunda metade do século XVIII, permanecendo operante até o Concílio Vaticano II. O auto-conceito da Igreja era uma “sociedade perfeita”, porque fundada por Jesus Cristo e guiada pelo Espírito Santo. Esta é uma verdade que ainda hoje constitui fundamento para a Igreja, mas na ocasião, levava a atitudes de intolerância com outros pensamentos ou formas de organizar a sociedade. Ela, em decorrência disso, achava-se detentora única de toda a verdade. Logo, os outros estavam errados.
A ciência estava errada. Configurava-se aí um mundo teocêntrico que, reproduzia uma teologia realística, a partir da vontade de Deus (ou do Cristo Rei) explicava-se tudo o que acontecia no mundo, desde infortúnios, tragédias ou privilégios. Tudo era vontade de Deus. O homem era um mero expectador no palco da vida. Este homem era, naturalmente, pré-científico e amedrontado, vivia o conformismo e uma incrível imutabilidade social, o que tornava muito mais fácil a aceitação desta visão teológica. Importa frisar também a questão do Cristo Rei. Isto levou a Igreja a atitudes triunfalistas, de domínio, luxo e grandeza, tal qual um rei diante de seus súditos. Mais tarde, com uma outra visão teológica, ela vai sair deste Cristo Rei, para o Cristo humilde, pobre e amigo dos excluídos. Existia também a ideia de “corpo social”. Na verdade, esta ideia brota também do Evangelho (e como tal