doutor
Ênio Silveira e a Civilização Brasileira: notas para uma sociologia do mercado editorial no Brasil
Luiz Renato Vieira
Análise do campo de produção cultural brasileiro, com destaque para o mercado editorial, entre as décadas de 1950 e 1970. O fio condutor da análise é a biografia do editor Ênio Silveira, através da qual se procura identificar o percurso de um segmento da intelectualidade brasileira frente às mudanças ocorridas na esfera política no país. O Golpe de Estado de 1964, então aparece como ponto de inflexão, não só na produção das idéias políticas, como também no âmbito da relação dos intelectuais com o Estado. O percurso profissional e ideológico desses personagens e de suas principais instituições, ao longo do processo político recente, permite entrever, dessa forma, aspectos da lógica que preside a dinâmica de legitimação e consagração intelectual vigente no cenário político brasileiro.
Palavras-chave: Ênio Silveira – biografia. Mercado editorial – Brasil. Editora Civilização Brasileira – história. "Nenhum outro laboratório ou campo de aprendizagem servirá melhor de espelho para vermos, entendermos e amarmos o Brasil do que o escritório de um editor. Com o romancista, ele ausculta as angústias e as esperanças, os sofrimentos e alegrias do seu povo. Com o sociólogo, estuda os problemas da formação, desenvolvimento e futuro do país. Com os poetas, canta a ternura de nossas mulheres e embala-se no ritmo da nossa gente. Com o pintor e ilustrador analisa e marca os nossos tipos e os ambientes que constituem a característica de nossa paisagem humana. Mas o escritório de um editor ainda tem mais coisas. Tem, por exemplo, os jovens estudantes que ali vão, tímidos e indecisos, levar em humildes originais os melhores sonhos que os embalaram, as melhores esperanças do futuro".
José de Barros Martins, 1950
1 "UM ESCRITOR TRANSVIADO EM EDITOR"
O editor é