Doutor
P193: “A integridade física não resiste à dissolução da personalidade social.”O indivíduo é consciente de que foi enfeitiçado e assim como o corpo social, considera seu destino inelutável e, portanto, resigna-se à sua condenação. É sugerida a morte da vítima para bani-la do mundo dos vivos. O medo vem acompanhado de uma atividade intensa do sistema nervoso simpático, que poderia ser positiva, se o enfeitiçado não acreditasse cegamente na sua desventura e exercesse uma resposta. Mas com a resignação à crença, o sistema nervoso simpático se desorganiza causando modificações orgânicas que podem progredir e até causar a morte. Cultura como comunicação inconsciente produz o socialEstrutura mental organiza o tempo e o espaço;
P194: “A eficácia da magia implica na crença da magia.” Crença do feiticeiro, do doente e da opinião coletiva.
O valor do sistema não se funda em curas reais que beneficiam indivíduos particulares; mas no sentimento de segurança trazido ao grupo pelo mito que fundamenta a cura, reconstituindo todo o seu universo dentro do sistema popular.
P195: Índios Nambikwara próximos das nascentes do Tapajós, no Brasil central.
Relato do caso do feiticeiro que teria voado em um trovão numa tempestade.
P198: “Que um feiticeiro mantenha relações intimas com forças sobrenaturais, isto é uma certeza.”
P199: Os Zuni, Novo México.
Caso da menina que teve uma crise nervosa após ser tocada por um menino que foi então acusado de feitiçaria, crime com pena de morte entre os Zuni.
“Os guerreiros se deixaram absorver tão completamente pela narrativa do rapaz, que pareciam ter esquecido a razão primeira de seu comparecimento perante eles.” (P200)P202: “Até que ponto o herói não se tornou logrado por seu personagem, melhor ainda: em que medida não se tornou ele, efetivamente, um feiticeiro?”
P203: Autobiografia do