Doses máximas de consumo para bebidas energéticas
A mais recente batalha na guerra da cafeína – envolvendo altos níveis da substância nas chamadas bebidas energéticas, especialmente aquelas consumidas por crianças – lembra uma das primeiras.
Ela aconteceu faz um século, numa corte em Chattanooga, Tennessee. O julgamento ocupou manchetes por várias semanas e produziu pesquisas científicas que duram até hoje – mas sem gerar limites federais para a cafeína em alimentos e bebidas.
Esses níveis continuam praticamente sem regulamentação hoje. Como dois pesquisadores escreveram no “The Journal of the American Medical Association”, bebidas energéticas não alcoólicas “podem representar uma ameaça tão grande para a saúde e a segurança pública e individual” quanto as bebidas alcoólicas e “são necessárias mais pesquisas capazes de guiar ações de agências regulatórias”.
Ninguém usava o termo “energético” em 1911, mas a bebida que estava em julgamento em Chattanooga continha a mesma quantidade de cafeína que o Red Bull moderno – 80 mg por porção.
A bebida era a Coca-Cola. Harvey Washington Wiley, o “químico cruzadista” que liderou o Bureau de Química do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, havia aberto um processo judicial contra a Coca-Cola Co., acusando-a de adulterar a bebida ao adicionar um ingrediente prejudicial: a cafeína (os níveis atuais de cafeína da Coca-Cola são bem mais baixos).
Preparando sua defesa, a empresa encontrou uma lacuna na pesquisa existente sobre a cafeína: “Quando os cientistas observaram os dados, viram todos aqueles estudos animais, mas não tinham os dados humanos necessários”, afirmou Ludy T. Benjamin Jr., professor de psicologia da Texas A&M University, que estudou o julgamento. “Então, eles buscaram alguém que pudesse gerar dados humanos, e rápido”.
A Coca-Cola contratou um instrutor de psicologia da Barnard College, chamado Harry Levi Hollingworth. Ele reuniu 16 participantes, com idades entre 19 e 39, incluindo usuários