Dos delitos e das penas
Lendo esse livro é impossível não concordar com Beccaria em muitos pontos, que certamente representam um avanço enorme em relação ao sistema penal e as leis de seu tempo. Apesar disso eu tenho que discordar dele em alguns pontos importantes.
O Filósofo está certo em condenar a tortura, método bárbaro de se conseguir uma confissão, e sua opinião nessa área está entre as influências que ajudaram a acabar com essa prática.
Outra opinião de Beccaria que representa um ataque às ideias da esquerda, já que todo ditador comunista quando toma o poder logo confisca as armas da população,é a sua defesa do direito do cidadão em portar armas. Beccaria torna legítimo o direito do cidadão de se autodefender.
O autor também demonstra ser tolerante, e isso é a prova de um espírito humanista, quando ele defende a mulher que pratica o aborto contra uma lei opressiva, fazendo, como ele diz, a tirania exagerar os vícios que não podem ser encobertos com o manto da virtude.
Sua análise da questão da honra e do duelo não são tão profundas quanto a que Schopenhauer faria sobre esse tema. A honra e o duelo são uma perversão do ideal medieval de cavalaria, que Beccaria aparentemente não conhecia.
Também é muito humana e justa sua condenação da punição das famílias dos suicidas, o que era uma prática no seu tempo. Beccaria, no entanto, não se aprofunda muito nessa questão de se o suicídio é legítimo ou não.
A igualdade perante à lei de todos os cidadãos também é debatida na hora em que Beccaria defende um sistema justo e igualitário de punição aos nobres. Isso também representa um avanço em relação ao combate aos privilégios da época.
Agora vou fazer uma crítica a certas ideias equivocadas de Beccaria.
Beccaria era contra os juramentos, e nessa ponto tenho que discordar dele porque São Tomás de Aquino já havia definido que o juramento era algo lícito, e nessa