Domenico de masi
E logo em seguida lembrei um fato do passado, lembrei de alguns parentes aposentados que passaram a vida trabalhando, sofrendo cotidianamente com um trabalho “torturante”, sonhando com a aposentadoria. E para a surpresa deles, logo após os primeiros dias de aposentadoria, entraram em depressão, adoeceram. A sensação de inutilidade, de peso social tomou conta deles.
Na verdade, acho que se sentiam envergonhados por sua “ociosidade”, ainda que estivessem repletos de atividades de lazer, e parecia que o fato de ter uma idade mais avançada os fazia a serem “obrigados” a aposentar. Ou seja, o trabalho braçal, e o intelectual são coisas distintas.
Por isso acho que para essas pessoas, as mais conservadoras e tradicionais, a tese de Domenico tem um conceito pessimista, mas para outras, que querem sempre melhorar seus resultados sejam profissionais ou pessoais, vêem como conceito positivo, e como tendência no futuro.
Percebi ao longo do tempo também que isso reflete nas empresas, levando em conta as suas diversidades. Sei que algumas delas promovem o ócio criativo, mas já trabalhei em algumas, em que a internet era proibida durante o horário de trabalho por exemplo.
Em minha opinião os profissionais, no geral e principalmente no Brasil, ainda não estão em um nível de maturidade adequado para fazer bom uso deste conceito. Acho que a aplicação de distrações durante um espaço curto de tempo para aumentar a eficácia e produtividade, na prática, não funcionaria na maioria das empresas atualmente. Entretanto, isso não impede que possamos fazer pequenas experiências para adotar o conceito aos poucos até que se torne uma cultura empresarial capaz de