DE MASI Domenico
Janeiro: Sextante, 2000. 336 p.
Resumo elaborado pela equipe Informática Jurídica Direito e Tecnologia.
Capítulo 1 - Como os Lírios do Campo (pg. 15-44)
A guerra deve ser em função da paz, a atividade em função do ócio, as coisas necessárias e úteis em função das belas.
Aristóteles
"O homem que trabalha perde tempo precioso". Este é o lema que sintetiza a teoria de De Masi: o futuro pertence a quem souber libertar-se da idéia tradicional do trabalho como obrigação ou dever e for capaz de apostar numa mistura de atividades, onde o trabalho se confundirá com o tempo livre, com o estudo e com o jogo, enfim, com o "ócio criativo".
Ócio criativo seria então uma inovação existencial e não simplesmente logística que reside numa mistura de atividades: trabalho, estudo e jogo.
A principal característica da atividade criativa não se distingue do jogo e do aprendizado, ficando cada vez mais difíci separar estas três dimensões que antes, em nossa vida, tinham sido separadas de uma maneira clara e artificial. Quando trabalho, estudo e jogo coincidem, estamos em ócio criativo.
Segundo De Masi, estamos caminhanco em direção a uma sociedade na qual grande parte do tempo será, e em parte á é, dedicada a outra coisa. Uma observação empírica já feita pelo sociólogo Daniel Bell quando, em 1956, constou que o número de "colarinhos brancos" ultrapassava o de operários.
O ócio é um capítulo importante nisso tudo, mas para nós é um conceito que tem um sentido sobretudo negativo. Em síntese, o ócio pode ser muito bom, mas somente se nos colocamos de acordo com o sentido da palavra que para os gregos, por exemplo, tinha um conotação estritamente física "trabalho" era tudo aquilo que fazia suar, com exceção do esporte. Quem trabalhava, isto é, suava, ou era um escravo ou era um cidadão de segunda classe. As atividades não-físicas (a política, o estudo, a poesia, a filosofia) eram
"ociosas",