Dois ratinhos
A Crítica Contra o Estado no Século XIX
Seção 1.1
O anarquismo
Genericamente, pode-se afirmar que o anarquismo é uma teoria que nega todo tipo de autoridade política, religiosa, econômica ou ideológica que se impõe sobre os indivíduos. Em outras palavras, o cerne do anarquismo é o repúdio aos governantes.
No âmbito político, os anarquistas escolhem o Estado moderno como principal inimigo. Este Estado, dentro de seu território, divide as pessoas em governantes e governados, monopoliza os principais meios de coerção física, reivindica soberania sobre todas as pessoas e toda a propriedade; promulga leis visando a suprimir todas as outras leis e costumes, pune os que infringem suas leis e apropria-se à força, por meio de impostos e de outras formas, daquilo que é propriedade de seus subordinados. Desta forma, os anarquistas se opõem aos teóricos que justificam e defendem a existência do Estado, como Thomas Hobbes, que argumenta que, na ausência do Estado, não há sociedade e a vida é solitária, medíocre, desagradável, brutal e curta. Os anarquistas defendem a idéia de “sociedade natural”, uma sociedade autoregulada, pluralista, na qual poder e autoridade estão radicalmente descentralizados (Outhwaite, W.; Bottomore, 1996, p. 15).
OS PRINCIPAIS REPRESENTANTES:
Proudhon, Bakunin, Kropotkin e Tolstoi
Foi Joseph Proudhon (1809-1865) o primeiro teórico a se intitular anarquista. Proudhon está inserido no que chamamos de anarquismo socialista. Para este autor, todos os partidos políticos são variedades de despotismo; o poder do Estado e do capital são sinônimos; o proletariado, portanto, não tem como se emancipar mediante o uso do poder do Estado, apenas pela ação direta (pacífica); a sociedade deveria ser organizada na forma de comunidades locais autônomas de associações de produtores, unidas pelo “princípio federativo” (Outhwaite, W.; Bottomore, 1996, p. 16). É também de Proudhon a famosa frase: “A propriedade é um roubo”.
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