Inativação de genes
Introdução
Durante décadas, os investigadores tentaram criar instrumentos que permitissem estudar o papel desempenhado por um determinado gene. Mais tarde, o facto de conseguirem inactivar genes específicos em animais, mais frequentemente ratinhos, aumentou o conhecimento sobre as suas funções e também sobre os aspectos moleculares, celulares e até mesmo comportamentais dos processos normais e patológicos (1,2,3).
Apesar dos ratinhos parecerem modelos limitados para o estudo genético dos comportamentos e da neurofisiologia do ser humano, existem semelhanças genéticas substanciais entre estes animais e a espécie humana e também conhecidas correspondências entre regiões cromossómicas dos ratinhos e dos humanos, permitindo assim, a partir do estudo destes animais, fazer extrapolações para a nossa espécie (4). Além disso os ratinhos são modelos relativamente mais económicos quando comparados com outros, de fácil manipulação e de rápida reprodução, podendo ser usados para o estudo das bases genéticas de algumas doenças humanas (1,2,3).
As técnicas mais utilizadas no estudo genético são os Knockouts, nos quais um dos genes do animal é inactivado e os Transgénicos, nos quais um gene exógeno é integrado, permanentemente, no DNA deste (2,3,4). Contudo, estas técnicas apresentam limitações e, consequentemente, levaram ao desenvolvimento de novas técnicas: os Knockouts Condicionais, o método “Plug and Socket” e o estudo de Quimeras e de Mosaicos (1).
Para levar a cabo a introdução de genes nas células utilizam-se técnicas de transfecção, nomeadamente, a microinjecção directa de DNA no núcleo de células individuais e a electroporação, isto é, a aplicação de um choque eléctrico que torna as células mais permeáveis ao DNA. Esta técnica apresenta vantagens porque permite trabalhar com um número maior de células ao mesmo tempo (3,5).
Inactivação do gene por Knockout
Os ratinhos Knockout são produzidos por uma técnica denominada alvejamento