Doenças do esofago
O esôfago é um tubo de 20 a 25 cm que apresenta mucosa lisa, com epitélio escamoso estratificado. Nos seus extremos, o esôfago apresenta esfíncteres: o esfíncter esofágico superior e o esfíncter esofágico inferior. A camada externa do esôfago não é serosa como nos demais órgãos, pois contém numerosas fibras elásticas, o que permite uma dilatação temporária do esôfago para a passagem do bolo alimentar. A função do esôfago é conduzir os alimentos da faringe para o estômago prevenindo o refluxo gastresofagiano. O alimento ingerido é conduzido ao estômago por gravidade e contrações peristálticas o que varia com a consistência do alimento. O peristaltismo esofágico é um processo neuromuscular coordenado em parte pelo sistema nervoso central e em parte por mecanismos locais e miogênicos. Esse processo pode ser alterado por diversas causas, como obstruções que invadam a luz do órgão (neoplasias, divertículos, etc.), espasmos difusos, distúrbios não-específicos de motilidade, ou ainda por aquelas secundárias a processos de degeneração crônica dos tecidos (esclerose e escleroderma). A acalasia é um distúrbio da motilidade esofágica inferior no qual ocorre a falência do esfíncter esofágico inferior para relaxar e abrir durante a deglutição, resultando em disfagia ou dificuldade de deglutição. Nos distúrbios de motilidade, a tendência é que a disfagia piore, chegando a permitir apenas a ingestão de líquidos. Durante a alimentação, o esôfago passa a acumular os líquidos ingeridos e com a pressão da gravidade ocorre a abertura do esfíncter esofágico inferior, com passagem de pequenas porções do volume para o estômago. Caso isso não ocorra, o volume acumulado no esôfago é devolvido na forma de regurgitação. Toda essa dificuldade para a alimentação resulta em prejuízo do estado nutricional, sendo comum nesses pacientes a desnutrição. A avaliação do estado nutricional deve levar em conta indicadores antropométricos, bioquímicos e a análise do