Doente Renal

I. INTRODUÇÃO

É chegado o momento em nossa vida acadêmica em que precisamos escolher o estágio em que iremos atuar como ênfase. Das opções existentes, uma ressaltou aos nossos olhos, a oportunidade de realizar o estágio da ênfase em saúde em uma instituição hospitalar, e conhecer a diversidade de situações e possibilidades de atuação do psicólogo em um contexto repleto de sentimentos como medo, dor, dúvidas e esperança. Pois, em nossa vida acadêmica, ainda não havíamos vivenciado uma experiência como a que nos aguardava. E as expectativas eram muitas.

O presente relato trata da experiência dos Estágios da Ênfase em Saúde I e II realizado em uma enfermaria de Hemodiálise de um hospital geral da grande Vitória-ES no período de março a outubro de 2009, no qual utilizamos em nossa prática, como referencial teórico e filosófico, da psicologia humanista existencial – fenomenológica.

O hospital em que atuamos, foi fundado em 1956, é uma instituição filantrópica e beneficente (sem fins lucrativos), onde mais de 80% dos procedimentos realizados são para clientes do Sistema Único de Saúde(SUS), mas também atende através de convênios e na modalidade particular.

Dentre as especialidades que o hospital oferece, uma nos chamou a atenção: a possibilidade de adentrarmos no setor de Nefrologia1 e conhecer as demandas psicológicas que tal ambiente causa nos pacientes, por consequência do intenso tratamento. A Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) (1998), diz que o aumento da incidência das doenças crônicas na população é um fato conhecido que tem suscitado muitas discussões. O cuidado dessas pessoas tem sido um grande problema na área da saúde, abrangendo várias dimensões e representando um desafio a ser enfrentado no dia a dia, tanto por aqueles que vivenciam a situação quanto para os cuidadores.

A qualidade do contato humano é um dos pontos críticos do sistema hospitalar brasileiro. Para cuidar desta dimensão fundamental do atendimento à saúde, o