DOCUMENTÁRIO CARNE E OSSO
O documentário “Carne e Osso” de Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros descreve de maneira fidedigna a realidade chocante e degradante vivenciada pelos trabalhadores de baixa renda e escolaridade na região Sul e Centro-oeste, que colocam a disposição não só suas forças de trabalho para frigoríficos que desrespeitam a legislação trabalhista, mas também as próprias vidas e dignidades, as quais são violadas e degradas para sempre, após a exposição ao trabalho extenuante nesses locais.
É surpreendente pensar que na tão evoluída sociedade pós moderna subsista ainda explorações ao trabalhador, frutos da globalização e das tendências neoliberais da economia. Nesse contexto, em que as normas trabalhistas sofrem um processo de flexibilização, a nova classe empregadora criou perante o trabalhador novas exigências relativas ao assédio moral, como por exemplo, pressões excessivas quanto ao ritmo da produtividade e ameaças de perda do emprego. Essas práticas geram como consequência doenças físicas e mentais nos trabalhadores, que se sentem encurralados e subjugados diante das constantes agressões.
Antes de aprofundarmos no tema da depressão como doença ocupacional é precioso destacar que a Constituição Federal de 1988 além de outros princípios, como o direito à saúde, prevê o princípio da dignidade humana como o basilador da sociedade em que vivemos. Desse modo, ao se analisar a relação empregatícia é preciso levar em conta que o trabalhador antes de qualquer coisa deve ser respeitado e valorizado como o ser humano que o é.
Estudiosos sobre o tema demonstram que a interligação entre o estresse e o assédio moral, além de outros fatores prejudiciais, é capaz de dar ensejo ao desencadeamento ou aparecimento de um quadro depressivo nos trabalhadores.
A lei n.