Documentário Carne e Osso
O Brasil é o maior exportador de proteína animal do mundo. O chamado “Complexo Carnes” ocupa o terceiro lugar no pódio do agronegócio nacional, atrás apenas da soja e do açúcar.
O documentário mostra o duro cotidiano de trabalho nos frigoríficos brasileiros de abate de aves, bovinos e suínos, como funciona a dinâmica de todo o processo de produção das carnes e seus derivados; as longas jornadas enfrentadas pelos trabalhadores do setor; as precárias condições do ambiente de trabalho; os riscos de acidente; e as doenças provenientes da repetição dos mesmos movimentos milhares de vezes.
Mas o que quase ninguém sabe são os riscos a que são submetidos os profissionais que trabalham na produção deste alimento em suas rotinas dentro dos frigoríficos, como a exposição a objetos perfuro-cortante como facas, serras e outros instrumentos que são manuseados muitas vezes de forma imprudente e sem segurança nenhuma, movimentos repetitivos que geram lesões e doenças, uma jornada exaustiva de trabalho trabalhando até mesmo durante os sábados, uma pressão psicológica muito grande devido à demanda de produção e o ambiente muito frio e asfixiante.
O ritmo de trabalho chega a ser até mesmo desumano e extremamente desgastante, ultrapassando o limite seguro da jornada e esforço durante o trabalho. Os funcionários chegavam a exercer um serviço três vezes maior do que o seu limite, assim assinando a sentença de lesões futuras. Segundo especialistas do trabalho, nos frigoríficos há uma possibilidade três vezes maior do que outros ramos de serviço de desenvolver transtornos mentais.
Para efeito de comparação, a medicina do trabalho considera 35 movimentos com a mão o número limite que um trabalhador pode desempenhar por minuto na sua atividade. Em um frigorífico de médio porte, a média é de 80 movimentos por minuto para a desossa de uma sobrecoxa de frango. O trabalho funciona como uma poupança de danos futuros.
Seis segundos para desossar uma peça de