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TEMA I
AS VISITAS DOMICILIARES E A ATENÇÃO À SAÚDE DA COMUNIDADE
A prática das visitas domiciliares vem sendo adotada há vários séculos pelos serviços de saúde, sendo já consolidada em alguns países, como a Inglaterra, onde os médicos generalistas realizam cerca de 25 visitas semanais (OLIVEIRA e BERGER, 1996*
A visitação como instrumento de controle dos profissionais de saúde sobre as pessoas e grupos esteve bastante presente na história da Saúde Pública brasileira. Os profissionais da saúde exerciam um papel policialesco e eram justificadamente chamados de Polícia Sanitária: invadiam casas, apartavam os membros das famílias, queimavam móveis, isolavam as pessoas e embora tivessem grande poder não geraram uma outra consciência sanitária e nem outros protagonismos sociais em prol da cidadania, base para uma vida digna e saudável.
As práticas de controle dos profissionais de saúde sobre as pessoas muitas vezes ainda permanece, contemporaneamente, embora possa assumir formas mais sutis. Alguns exemplos podem ser lembrados: valer-se do espaço de maior privacidade das pessoas, que é sua residência, para saber se o paciente vai ou não à consulta, se toma os remédios, se cumpre as prescrições, faz a dieta, leva o filho ao retorno, usa preservtivo, tem criadouro de Aedes. Da mesma forma essas práticas continuam não gerando boas parcerias, não criam uma nova consciência e nem um novo projeto de vida que enfrente as dificuldades a serem superadas.
O Sistema Único de Saúde, e em especial a Atenção Básica, cuja principal estratégia de implantação é a Saúde da Família, tem conferido à atividade de visitação domiciliar um papel de especial importância, ao valorizar o conhecimento do território e dos grupos sociais ali presentes, com suas dinâmicas sociais, seus recursos, potencialidades e dificuldades, como fatores determinantes da saúde dessas pessoas.
O SUS, para viabilizar seus princípios éticos de