"Do mundo fechado ao universo infinito
1429 palavras
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Resenha da obra “Do mundo fechado ao universo infinito” de Alexandre Koyré: O livro de Alexandre Koyré nos apresenta toda uma malha de pensamentos construída a partir de filósofos de tempos idos, tais como Nicolau Copérnico, Giordano Bruno, Nicolau de Cusa, Galileu Galilei, Descartes, Henry More e outras eminentes figuras desta transição, do obscuro (mundo fechado) ao universo infinito (a busca para a compreensão do espaço, do tempo, da matéria, etc). Neste caminho, uma questão complexa surge: O universo é infinito? Daí se misturam as tradicionais concepções teológicas e o uso da geometria, da astronomia e da própria física. Mas antes disso se estender, Koyré mostra a cosmogonia medieval, ainda imersa no sistema aristotélico – onde os planetas estão presos à esferas e a Terra como centro do Universo. Então, como dar o primeiro passo ao infinito em um modelo limitado por um antigo modo de ver o todo? Para os pensadores medievais, a visão do céu, das estrelas refletia neles a ideia do divino, do puro, do incorruptível. Talvez por se tratar de algo tão distante que seria inclassificável diante de suas vidas cotidianas. Nicolau de Cusa (1401 – 1464) é contrário à isto, ao mostrar que os astros influenciam outros, e que pode-se perceber que ainda que uma estrela esteja longe, ela está no mesmo mundo que a Terra, ou seja, sujeita às mesmas forças naturais. Neste eixo, o autor apresenta Palingenius (1500 - 1551), que atinge um ponto interessante na sua concepção de mundo, ao comparar o mar e a terra com o céu, aumenta em proporção a visão de universo - "(…) O que são a Terra e o Mar em comparação com o Espaço imenso e admirável do Mundo? Se examinardes com atenção, vereis que o Orbe Terrestre que habitamos não é mais que um ponto (...) Ora, um lugar tão pequeno e tão vazio será povoado de Peixes, Homens, Animais, Pássaros, Bestas ferozes etc., enquanto o resto do universo será vazio de Habitantes? como o Ar e Olimpo serão desertos?" - Isto aproxima Palingenius do