Do mundo da leitura para a leitura do mundo - dissertação
“[...]lê-se para entender o mundo, para viver melhor. Em nossa cultura, quanto mais abrangente a concepção de mundo e de vida, mais intensamente se lê, numa espiral quase sem fim, que pode e deve começar na escola, mas não pode (nem costuma) encerrar-se nela.” (p.7)
“Não parece que o que fazer com o texto literário na sala de aula seja ainda de sua competência. Já faz alguns anos que decidir isso é da competência de editoras, livros didáticos e paradidáticos, muitos dos quais se afirmaram como quase monopolizadores do mercado escolar, na razão direta em que tiraram dos ombros dos professores a tarefa de preparar as aulas.” (p.14)
“[...] o tempo de Olavo Bilac e seus parceiros é tão decisivo para a compreensão de nosso tempo. Eles assistiram à criação do gênero, viveram a pré-história do livro didático brasileiro, que, a partir de meados do nosso século, assume sem rebuços a dimensão de mercadoria, para a qual se vocacionava desde que nasceu, e que hoje vivemos plenamente. [...] vivermos tão plenamente os complexos caminhos por onde envereda a produção contemporânea do livro didático, encontramos ouvido para ouvir vozes que, dissonantes, festejam o mesmo livro didático que outras vozes apupam e vaiam.” (p.62)
“E a gravidade aumenta quando se sabe que, para muito além do conhecimento mecânico de metodologias e técnicas de desenvolvimento da leitura, a formação de um leitor exige familiaridade com grande número de textos.” (p.108)
LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo – Ática, 2008 “É importante frisar também que a prática de leitura patrocinada pela escola precisa ocorrer num espaço de maior liberdade possível. A leitura só se torna livre quando se respeita, ao menos em momentos iniciais do aprendizado, o prazer ou a aversão de cada leitor em relação a cada livro.” (p.108)E