Diálogos entre o design gráfico e a arte
SILVA, Ângela Maria; COSTA, Mirian Santos
SARMENTO, José Francisco
1. Introdução
E m uma conversa informal, depois das aulas de pós-graduação, acabamos concluindo que um profissional de design e publicidade deve ser, antes de paciente e pessoa de fé, um bom contador de “causos” e entendedor da natureza humana.
Não tanto pelos constantes confrontos com clientes desafiadores, descrentes ou simplesmente estimulados a testar cada gota da paciência desses profissionais. Isso parece integrar a natureza de todos os trabalhos ligados às pessoas. A conclusão se deve ao fato de que o mercado, as linguagens e parte da trama que responde por uma comunicação de qualidade está relacionada à cultura e ao modo de cada grupo ou sociedade em interpretar a realidade e vivenciá-la.
A publicidade, o design gráfico e a cultura podem ser colocados como gêmeos siameses. E como todos gêmeos desse tipo, podem até não gostar da ideia, mas não têm alternativa que não seja andarem juntos.
Essa comparação acabou servindo como o tema para construirmos o trabalho que foi solicitado como nota final da última disciplina do curso de Design Gráfico. Enquanto a preocupação com o artigo de conclusão rodeia nossas cabeças, com sua necessidade de fundamentação teórica insistente e todas as solicitações científicas as quais tem direito, surgiu com a proposta da disciplina a oportunidade de escrever um paper, e discorrer mais livremente a respeito do tema. Uma linguagem mais leve, um debate mais livre – uma oportunidade de compartilhar conhecimento.
Junto dessa oportunidade, outro desafio: escrever em primeira pessoa. Nós, eu, descobrimos, concluí, relatamos. Na informalidade dessas formas de tratamento, construir uma produção sobre a publicidade, a ética, o design gráfico e a cultura em uma linguagem mais solta foi considerado importante. Teríamos todo o artigo de conclusão para falarmos em linguagem formal – tivemos o curso todo para produzirmos também dentro dessa formalidade.