Divisão social do trabalho
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A DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO EM MARX NO DESDOBRAMENTO DAS FORMAÇÕES ECONÔMICAS PRÉ-CAPITALISTAS TRABALHO COMPLETO EIXO 04 SILVA, Suely dos Santos 1 CAJ/UFG SILVA, Halline Mariana Santos ∗ Introdução Falar de divisão social do trabalho em dias atuais parece uma tarefa bastante árdua. As razões dessa dificuldade são pelo menos três. A primeira se dá em função de que as preocupações da modernidade têm sido discutir se o trabalho ainda é importante devido à automação da sociedade industrial, ainda que nos lembremos de que as tecnologias estão disponíveis apenas em algumas regiões do planeta. A segunda referese ao questionamento se as transformações decorrentes da diminuição dos postos de trabalho teriam feito com que o trabalho perdesse a centralidade na vida dos homens. A última diz respeito ao que teria alterado a natureza histórico-social dessa categoria. Ora, as três questões parecem levar a uma quarta indagação: se o trabalho for entendido como fruto da manutenção da existência humana, como afirmou Marx, “o trabalho, como criador de valores-de-uso, como trabalho útil, é indispensável à existência do homem - quaisquer que sejam as formas de sociedade”, então, as categorias homem e trabalho são intrinsecamente interligadas, para que tanto uma quanto a outra tenha significação. Ou seja, do ponto de vista ontológico, não existe homem sem trabalho e nem trabalho sem homem. O trabalho é dessa forma uma “... necessidade natural e eterna de efetivar o intercâmbio material entre o homem e a natureza, e, portanto, de manter a vida humana”. Aliás, a humanidade tem experimentado dissabores diversos, quando os excessos da divisão social do trabalho, caracterizado no modo de produção capitalista ”avançado”, têm se pautado em fazer desaparecer postos de trabalho, negando essa centralidade. Ao fazer isso, tem ocorrido uma inversão no decurso
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Professora de Sociologia da Educação do Curso de Pedagogia CAJ/UFG. Mestranda em educação da FE - UFG, [e-mail: