A ditadura na Argentina, como em outros países latino-americanos, iniciou-se a partir de um golpe de estado apoiado pelos EUA que derrubou o presidente constitucional da época, Arturo Illia, e em junho de 1966 instaurou um regime militar totalitário que até 1973 foi mantido e governado (respectivamente) por três ditadores: Juan Carlos Onganía, Marcelo Levingston e Alejandro Lanusse. Nesse período de gestões militares, a Argentina foi regida pelo Estatuto da Revolução Argentina, que proibia os partidos políticos e a participação da população na política e nas decisões tomadas para o futuro do país, assim como direitos civis e sociais, o que colocou a população em quase permanente estado de sítio. As expectativas eram de um governo prolongado e duradouro, e esse sentimento era refletido em uma das frases mais usadas pelos governantes: “a Revolução Argentina tem objetivos, não prazos”. Dividida em três gestões, a Revolução Argentina teve como seu primeiro governante o militar Juan Carlos Onganía, e esse período foi marcado por uma significante quantidade de medidas tomadas para a introdução de monopólios internacionais e a supressão de direitos de associação e repressão às greves e atividades proletárias. Consideradas pelo governo como berços da subversão e do comunismo, as universidades foram vítimas de desprezo e intolerância por parte do governo conhecido como Onganiato, os ataques foram constantes e uma das ações mais paradigmáticas foi a Noite dos Cassetetes, em 1966, na qual militares invadiram universidades e desalojaram alunos e professoras a cacetadas, acontecimento que prejudicou muito a sociedade cientifica, cultural e universitária. Esse governo durou de 1966 á 1970, sendo o mais duradouro da ditadura argentina. Onganía foi substituído logo em 1970 pelo general Roberto Marcelo Levingston, que desempenhava funções na inteligência nos EUA, sem conseguir controlar a rarefeita situação política, social e econômica do pais, seu governo durou até 1971,