DITADURA DA BELEZA
A Igreja diz: O corpo é uma culpa.
A Ciência diz: O corpo é uma máquina.
A publicidade diz: O corpo é um negócio.
O corpo diz: Eu sou uma festa.
(Eduardo Galeano)
Quando ouvimos a palavra “ditadura” logo pensamos numa imposição, no priva mento da nossa liberdade. Estamos vendo, por exemplo, em muitos lugares do mundo, os regimes autoritários – também chamados de ditaduras – caírem um após outro por causa da luta de um povo que está sendo oprimido por esses sistemas. Porém quando falamos em “ditadura da beleza”, também podemos dizer que nossa liberdade de nos vestir, de nos comportar e cuidar da aparência também estão sendo manipulada? – De certa forma sim.
Precisamos obedecer á risca os padrões que a mídia dita?
Estudos e mais estudos revelam que nunca as pessoas gastaram tanto dinheiro com cosméticos, vestuário e tempo nos salões de beleza e com cirurgias plásticas como hoje em dia, ainda assim, continuam insatisfeitas consigo próprias. Segundo psicólogos, a indústria da beleza não tem por objetivo cuidar do bem-estar ou da qualidade de vida das pessoas, este padrão de beleza atual visa criar pessoas altamente ansiosas para que elas sejam altamente consumistas.
Os números confirmam que a indústria de cosméticos vem registrando alta no mercado mundial por 15 anos consecutivos, com lucros de até 23 bilhões anuais. Mas o que está por trás desse consumo desenfreado para a conquista da beleza? – Segundo alguns estudos, a preocupação com a aparência pode estar relacionada à fuga da realidade, com os sentimentos de frustração, medo, angústias e inseguranças. Numa pesquisa realizada por uma empresa de cosméticos, a qual revela que apenas 2% das mulheres estão satisfeitas com o seu corpo e trocariam 25% da inteligência que possuem por 25% a mais de beleza. Mas quem pensa que apenas as mulheres estão insatisfeitas com a sua aparência está muito enganado.