Dissertação monge executivo
A China fatura 3 bilhões e meio de dólares por ano com as atividades referentes ao bambu. 5 milhões de famílias daquele país vivem das mais de 3.500 aplicações conhecidas até hoje para essa madeira completamente ecológica. Além disso, mais de 1 bilhão de pessoas moram em casas de bambu em todo o mundo.
O Bambu é ecológico porque não polui o meio ambiente, e sua extração não representa a destruição das matas, pois trata-se de uma madeira que se renova em pouco tempo.
“-Na verdade, o bambu, por ser uma gramínea, precisa de corte para se renovar”, diz o artista plástico Paulo Saloni, um dos pioneiros no estudo e utilização dessa madeira no Brasil. “-O problema é que o emprego do bambu em nosso pais está muito aquém da capacidade. A China é o maior produtor do mundo, pois lá há uma cultura de mais de 3 mil anos de convivência com o material. Aqui na América Latina, o Equador e a Colômbia têm um histórico de investimento e exploração do bambu muito maior que o nosso, em virtude de programas de habitação pública, apesar de o Brasil ter muito mais presença desse vegetal”, explica Saloni.
Bambu sofisticado
O artista plástico integra a ONG Ebiobambu, que trabalha para a disseminação do uso e da exploração do bambu no Brasil. Saloni salienta que é preciso desmitificar as pessoas sobre certos preconceitos quanto essa madeira:
“-As pessoas têm uma tendência a associar o bambu com coisas rústicas, mas ele se presta a qualquer aplicação, desde construção, decoração, produção de materiais, até design de alto padrão. Há inúmeros modos de se trabalhar o bambu e algumas empresas que lidam com o público de alto poder aquisitivo, mesmo aqui no Brasil, já estão comprando e incentivando a produção de materiais finos feitos de bambu”, explica. “-Além disso, pensa-se que o bambu é um material fraco, mas no Japão ele já é usado como viga de concreto para prédios de até 4 andares.”