Discurso
Juan Arias
No Rio de Janeiro
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De caráter firme, Dilma embarcou em uma luta contra a corrupção que já lhe custou atritos dentro do PT, o divórcio do PR e péssimas relações com o PMDB
A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, enfrenta uma rebelião no Congresso que ameaça paralisar uma das maiores economias emergentes do mundo. A recente saída da coalizão de governo do Partido da República (PR), com 48 deputados e seis senadores - aliado do Partido dos Trabalhadores (de Lula e Rousseff) desde 2003 -, é um claro sintoma das dificuldades que a presidente tem para manter firme o timão do gigante sul-americano.
É que Rousseff, de caráter firme, embarcou em uma luta contra a corrupção que já lhe custou atritos dentro do PT, o divórcio do PR e péssimas relações com o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), o grupo político mais poderoso do país e sem o qual a governabilidade do PT é impossível.
Em apenas sete meses de mandato, Rousseff forçou a demissão de três ministros importantes: os da Casa Civil (chefe de gabinete), da Defesa e dos Transportes. Os dois primeiros eram homens de Lula e o último, do PR. Embora o da Defesa, Nelson Jobim, não tenha se demitido por acusação de corrupção, sua saída e a nomeação de um sucessor malvisto pelos militares acabou por abrir outra frente crítica para a presidente.
A situação põe em pé de guerra os congressistas do partido do governo e dos aliados. Isto é, Rousseff tem o inimigo em casa. O líder do PMDB no Congresso, Henrique Eduardo Alves, declarou que a agenda legislativa ficará bloqueada até que o Congresso receba "o respeito que merece". "A falta de clareza, de franqueza e de respeito para com o Parlamento está causando uma grande insatisfação", acrescentou Alves à imprensa.
O bloqueio legislativo impedirá a reforma do complexo sistema fiscal brasileiro, a regulamentação das concessões para exploração de petróleo e o novo quadro legal para o