Discurso e Sentido
Analisar discursos é uma prática importante para a comunicação, consistindo em observar as estruturas das formas e espectros comunicação para compreender as construções ideológicas presentes nos mesmos. Um discurso é uma construção linguística que é influenciado pelo contexto histórico, político e social, sendo seu sentido e ideologia o reflexo disso. O sentido do discurso não é fixo, por vários motivos. Pelo contexto, pela estética, pela ordem do discurso, pela sua forma de construção. O sentido do discurso encontra-se sempre em aberto para a possibilidade de interpretação do seu receptor. O efeito do discurso é, claramente, transmitir uma mensagem e alcançar um objetivo premeditado através da interpretação e interpelação do indivíduo alvo (SANTOS, 2008). Para Carolina Rodríguez (1993), apud Henge e Behenck (2008), “assim como a organização da língua está determinada pela ordem do discurso, a organização social (classe, divisões...) estaria determinada pela ordem da história (ideologia, discurso...)”. Isso significa dizer que a materialidade do discurso é a língua, a materialidade da história é o social, e a materialidade da ideologia é o discurso. Partindo dessa relação, e aproximando língua e discurso, organização e ordem, Rodríguez formula a seguinte definição para discurso: “objeto histórico (ideológico) que se produz/elabora socialmente em/através de sua materialidade específica, que é a língua” (HENGE E BEHENCK, 2008). Quando analisamos o texto “Um presidente ‘Paulioca’”, que foi escrito por Josias de Souza bem após o primeiro turno da eleição de 1994, podemos perceber a dualidade de sentidos, ou seja, uma ambiguidade, sendo esta bem marcada. Ela é visível quando Fernando Henrique Cardoso (FHC) não se posiciona a favor ou contra a privatização de empresas como as subsidiárias da Petrobras e a Vale do Rio Doce. Dessa forma o presidente nem contenta e descontenta as pessoas que