Direitos Humanos
QUINTA-FEIRA 6 NOVEMBRO
Em um ambiente de violência e impunidade, o trabalho dos defensores dos direitos humanos no México é extremamente difícil. Além da dificuldade de obter justiça, com frequência eles mesmos sofrem abusos, ameaças e até assassinatos.
Duas defensoras dos direitos humanos de Tijuana contam sua história.
”Sentia que estavam apenas esperando o momento para nos matar. Era um assédio institucionalizado. Comecei a receber ameaças diárias. Primeiro um coquetel Molotov na casa de meus pais, depois telefonemas em que me diziam que me calasse e parasse com meu trabalho.”
Quem fala é Silvia Vázquez, advogada de direitos humanos em Tijuana, cidade fronteiriça no estado de Baja Califórnia, no norte do México. Até alguns meses atrás, ela trabalhava em Tijuana com a defesa de vítimas de tortura por parte das forças armadas mexicanas. Agora se mudou para outro lugar, longe das pessoas que a ameaçam. E não apenas ela, mas sua família inteira teve que deixar Tijuana.
Impunidade
”Eu represento pessoas que estão ilegalmente encarceradas em quartéis militares, onde são torturadas e onde lhes entregam listas com nomes dizendo-lhes a quem têm que entregar, supostamente envolvidos com o narcotráfico. Podem ser tanto polícias municipais como civis.”
Paralelamente a seu trabalho como advogada, ela era o contato em Tijuana da Comissão Mexicana de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos. Vázquez diz que sua atuação é muito necessário em Tijuana, porque “existe um padrão de tortura, de impunidade”.
A mesma impunidade também afeta ativistas como ela. O caso de Vázquez é um dos muitos exemplos da situação em que se encontram os defensores dos direitos humanos no México. Eles formam um grupo que com frequência sobre abusos de seus próprios direitos, por parte de diferentes atores.
Vulnerável
Em janeiro a Anistia Internacional publicou um relatório no qual citou quinze casos de defensores dos direitos