direitos humanos

1725 palavras 7 páginas
1990
Considerava-se o lar como habitat natural da mulher, pois aquele era o aconchego propício à costura, à educação da prole e, em alguns casos, às práticas religiosas – embora, por vezes, as mulheres fossem convocadas a participar no espaço público.
Nesse sentido, é emblemático o quadro de Pedro Bruno intitulado A Pátria (1919) analisado por José Murilo de Carvalho (1990), quanto as suas formas simbólicas, e também por Resende (2005), que irão destacar a alegoria da nação a partir do espaço privado: um grupo de mulheres de idades variadas costuram a bandeira do Brasil – É uma exaltação tanto à bandeira e à pátria quanto ao papel da mulher na educação dos filhos e no culto dos valores morais da família e da pátria (CARVALHO, 1990, p. 119).

http://memoria.cnpq.br/premios/ig_genero_4/mencao_mirian_cristina.pdf
Na virada do século, as mulheres ganharam emprego em ferrovias, nas atividades telegráficas, nos correios, na enfermagem e secretariado, e na área de produção (Burns, 1993, Hahner, 1990). De 1872 a 1900, a percentagem de professoras nas escolas primárias dobrou, de um terço para dois terços, pois o magistério era uma extensão natural do papel das mulheres como cuidadoras, mantendo o arquétipo do modelo de Maria. A entrada das mulheres nesta profissão resultou na redução do salário dos educadores (Hahner, 1990).

Assembléias de mulheres levantavam e debatiam questões pertinentes às mulheres como força de trabalho, tais como licença-maternidade, horas de trabalho, salários e condições de trabalho (Conniff & McCann, 1989); no entanto as reformas propostas excluíam os interesses das mulheres da classe operária. Porém, a Lei Comercial de 1850 proibiu que as mulheres participassem do comércio sem a permissão de seus maridos (Graham, 1990). Topik (1989) nota que as mulheres ocupavam poucas posições econômicas proeminentes no Brasil durante a República Velha; as carreiras femininas não deveriam "estender-se além dos problemas do coração" e

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