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Para o psicólogo russo Lev Vygotsky, que viveu e atuou durante a Revolução Russa, no início do século XX, não há uma natureza humana. A biologia de nosso corpo é superada pela cultura. Vivemos todos, portanto, dentro de uma condição humana histórica e cultural que vai ser fundamental para nossa formação psíquica. A cultura nos permite construirmos nossos instrumentos de satisfação e nossa realidade psíquica é construída a partir da linguagem; é, portanto, cultural. Os animais não têm vida social e cultural, pois não vivem em sociedade e não falam.
No entanto, não há para Vygotsky uma só linguagem e uma só possibilidade do pensamento humano. Dependem da classe social, na qual vivemos, e da situação histórica na qual nos encontramos. Consciência e comportamento são intimamente ligados e se inserem na história que está em constante transformação. Assim, as mudanças que cada um pode sofrer ou provocar na vida dependem de suas condições de vida.
Há uma diferença, por exemplo, se vivemos numa comunidade abastada ou não. As condições sociais são diferentes e, portanto, também nossas condições culturais. A transformação dessas condições depende de categorias que para a psicologia sócio-histórica são fundamentais:
a) Atividade. O ser humano transforma o mundo ativamente. Transformando o mundo, transforma a si mesmo.
b) Consciência. A consciência representa a reflexão que o ser humano faz sobre a vida, enquanto ele a transforma.
c) Identidade. A identidade “reúne na consciência as ações, os projetos, as relações as noções e os julgamentos sobre si.”[1]
d) Relações sociais. Como foi dito acima, somos afetados pelas relações sociais. Seus símbolos e suas imagens contribuem para a formação e a transformação de nossa consciência. Vale lembrar que a psicologia sócio-histórica é a base teórica de inúmeros projetos culturais presentes na periferia das cidades brasileiras que visam, pela