Direito
2º PERÍODO DIREITO NOTURNO
PROFESSORA: JENETE VILELA DE SOUZA
ALUNO: MARKUS FLAMINIO DE SOUSA E SILVA
MEDICALIZACÃO E PROBLEMAS SOCIAIS
A medicalização tem sido alvo de grande preocupação, gerando muitos debates, ações frente ao poder público e articulação com os conhecimentos acadêmicos.
Podemos entender como medicalização o processo em que as questões da vida social, sempre complexas, multifatoriais e marcadas pela cultura e pelo tempo histórico, são reduzidas à lógica médica, vinculando aquilo que não está adequado às normas sociais a uma suposta causalidade orgânica, expressa no adoecimento do indivíduo.
Assim, questões como os comportamentos não aceitos socialmente, os desempenhos escolares que não atingem as metas das instituições, as conquistas e desenvolvimentos que não ocorrem no período estipulado, são retiradas de seus assuntos, isolados dos determinantes sociais, políticos, históricos e relacionais, passando a ser compreendidos apenas como uma doença, que deve ser tratada.
Qual papel pode ser atribuído ao saber médico na elaboração e construção do pensamento social no Brasil e qual a dimensão e a capacidade de intervenção que este saber alcançou no exercício de qualificar e de propor resoluções aos problemas sociais? Pensar sobre o sentido e o modo como a medicina se dirigiu, problematizou e interveio nestas questões sociais abre a possibilidade para se discutir também a aplicação e a validade de um conceito bastante generalizado nos últimos tempos: o da medicalização.
Durante o final do século XIX e o início do século XX os médicos participaram de forma ativa na elaboração de reflexões a respeito de questões relativas ao convívio social, em especial, aquelas que envolviam os fatos morais. Em vez de privilegiar exclusivamente as instituições, os grandes nomes, os métodos e doutrinas, o autor se volta para os temas, os assuntos que foram objeto de reflexão e de intervenção dos profissionais da área médica. Se esta