Direito Ambiental 2015
SUSTENTABILIDADE NOS PROJETOS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
NO CONTEXTO ESCOLAR: NOVA ESTRATÉGIA DO CAPITAL
Carlos Frederico B. Loureiro1
Maria Jacqueline Girão Soares de Lima2
Introdução
Há diferentes formas de definir-se desenvolvimento sustentável, conceito central dos difundidos discursos ecológicos, expressos pelos mais diversos setores da sociedade na contemporaneidade. No geral, tais discursos são compostos por um conjunto de argumentos e intenções que sinalizam para uma finalidade: obter um desenvolvimento qualificado por uma preocupação, qual seja, crescer economicamente sem comprometer a capacidade de suporte dos ecossistemas, garantindo a existência social e de outras espécies no longo prazo. Essa poderosa proposição aparentemente consensual manifesta-se nas práticas educativas, centradas em um espírito solidário, em uma noção de valores universalmente válidos que orientam a humanidade, e em soluções tecnológicas e gerenciais de um ambiente reificado.
Essa leitura idealizada das relações sociais, pragmática e instrumentalizadora, que representa uma ideologia da sustentabilidade no interior de educação ambiental (EA), expressa-se de forma clara na apresentação oficial da UNESCO, sede Brasil, em defesa da década da educação para o desenvolvimento sustentável (2005-2014). O conjunto do texto é ilustrativo.
O Fórum Global para o Desenvolvimento Sustentável, realizado em
Joanesburgo em 2002, propôs à Assembléia Geral das Nações Unidas a proclamação da Década Internacional da Educação para o
Desenvolvimento Sustentável para o período 2005-2014. A proposta foi aprovada em dezembro de 2002, durante sua 57ª Sessão.
Na qualidade de principal agência das Nações Unidas para a educação, a
UNESCO deve desempenhar papel primordial na promoção dessa década, principalmente no que tange ao estabelecimento de padrões de qualidade para a educação voltada para o desenvolvimento sustentável. Seu principal objetivo é o de integrar os princípios,