Dinheiro, revolução e movimentos sociais – leo huberman

Dinheiro, Revolução e Movimentos Sociais – Leo Huberman
Nem todo dinheiro é considerado capital, o dinheiro só se torna capital quando é usado para comprar mercadorias, força de trabalho, entre outros, para depois vender por um preço elevado com o objetivo de conseguir lucros. Como exemplo tem-se o caso de um cambista que compra um ingresso para uma peça de teatro num preço, e depois vende por outro maior. O dinheiro pago pelo comprador não é capital, ele não espera lucrar com essa transação, porém o cambista sim.
Mas, por outro lado, capitalista não aquele que compra mercadorias, entradas de teatros, casas para obter lucros, e sim, aquele que detêm o modo de produção, que indiretamente vende a força de trabalho de outros por um valor maior que o eles próprios recebem, ele vende a mercadoria acabada e lucra em cima disso.
Mas o capital necessário para se comprar forças de trabalho precisa vim de algum lugar, e isso não veio de pessoas cuidadosas que acumularam bens durante muito tempo, e também não foi apenas das trocas de mercadorias, mas incluindo principalmente pirataria, saques, exploração e escravização de outros povos. Tem-se o exemplo do primeiro inglês a imaginar que podia ganhar muito dinheiro apoderando-se da traição de negro africanos e os vendendo como matéria-prima, seu nome era John Hawkins. Seu tráfico foi tão bem sucedido que a rainha Elizabeth se juntou à ele em negócios. Karl Marx assim resume todo esse sistema de exploração: “A descoberta de ouro e prata na América, a extirpação, escravização e sepultamento, nas minas, da população nativa, o início da conquista e saque das Índias Orientais, a transformação da África num campo para a caça comercial aos negros, assinalaram a aurora da produção capitalista. Esses antecedentes idílicos constituem o principal impulso da acumulação primitiva”.
Era necessário, porem, algo mais do que capital acumulado para que todo capitalismo começasse a se desenvolver, pois o capital por si não gera capital,