Difusionistas

O papel dos intelectuais alemães na institucionalização da Antropologia enquanto disciplina acadêmica é de grande importância. A criação dos museus etnográficos é um exemplo de esforço para sistematização do conhecimento sobre outros povos, sendo as áreas de língua alemã pioneiras nessa construção; principalmente Viena, Munique e Berlim. Os alemães realizaram pesquisas empíricas sobre os costumes “do povo”, em especial dos camponeses: contos populares, lendas, vestuário, ofícios e habilidades. Em História da Antropologia, Eriksen e Nielsen nos dizem que, dessa forma, “os primeiros museus interessavam-se principalmente pelo Völkskunde (o estudo de culturas camponesas domésticas) mais do que pelo Völkerkunde (o estudo de povos remotos)” (ERIKSEN & NIELSEN, 2007, pp. 25-26). Em Etnologia Sul-Americana: círculos culturais e extratos culturais na América do Sul, Wilhelm Schmidt nos fala de Adolf Bastian: antropólogo alemão que formulou a teoria das ideias elementares e fundador do Museu de Ethnologia de Berlim. Schmidt diz acreditar que para construir sua teoria, Bastian teve como estímulo mais as “criações espirituais dos mitos, dos costumes e da religião” (SCHMIDT, 1942, p. 2) do que os próprios objetos do Museu de Ethnologia. Schmidt nos apresenta a tese histórico-cultural e a teoria dos círculos de cultura, concorrentes com a teoria de Bastian, proveniente da escola de Leipzig e desenvolvida posteriormente por Frobenius. Schmidt vem nos mostrar que autores alemães como Ratzel e Frobenius estavam preocupados em perceber a diversidade dos povos como diversidade cultural; contrapondo-se à ideia de raça como fator determinante da diversidade (raças mais desenvolvidas e raças menos desenvolvidas, por exemplo). O objetivo de seus trabalhos é identificar um ponto original de onde difunde determinada manifestação cultural. Para tal, faz-se o exercício de reconstrução histórica, buscando um momento original e seus desdobramentos posteriores; sendo este o método