Dificuldades no planejamento do currículo
Uma questão importante é a própria compreensão do significado da palavra currículo. Na verdade, ele não é mais considerado apenas o documento de base no qual se pauta a Educação durante o ano letivo, mas é visto como um processo completo, que passa pela sala de aula e pela relação entre todos os envolvidos: professor, aluno, gestor e família, tendo como resultado a aprendizagem.
O mecanismo para aferir a eficiência de um currículo é o que ele traz de aprendizagem e não o que ele produz de números ou metas. Para realizá-lo, é preciso traçar um diagnóstico da situação da turma e só então desenvolver um caminho que seja capaz de envolver todos os sujeitos.
De acordo com o senso comum, os problemas do processo de aprendizagem são de responsabilidade de quem está na sala de aula. Ouvimos muito frases do tipo: “O currículo é bom. O professor é que não sabe ensinar e o aluno é que é ruim”. Se o profissional não previu antes como são os estudantes e os educadores com quem vai lidar, é impossível fazer um bom documento. Ele não pode ser produzido fora da escola, por um especialista externo. É essencial que seja fruto de um trabalho coletivo da equipe escolar.
COMO COMBATER A FRAGMENTAÇÃO DO CONHECIMENTO?
Temos muitas iniciativas interessantes, bem-sucedidas, mas nossos currículos, em geral, ainda são disciplinares, divididos e fragmentados. Precisamos, por exemplo, promover discussões de questões que permeiem várias disciplinas. Temos de trabalhar com as relações do conhecimento, que não pode ser morto, enciclopédico e técnico. Não se trata de qualquer aprendizagem. O ensino deve promover o aluno, emancipá-lo e fazer com que ele saiba refletir e discutir as questões de seu tempo. Precisamos de instrumentos para nos sentir à vontade em nosso mundo. Temos de trabalhar as relações entre professores e alunos e entre os próprios professores. Em muitas escolas, há docentes que se reúnem em torno de uma mesma questão e