Didáticas e seus aspectos comtemporaneos
1.1 A Didática Magna – a todos aqueles que presidem as coisas humanas
“Na escola é preciso ensinar todas as coisas que digam respeito ao homem.” (COMENIUS, 2002, p. 101)
Didática Magna tem como proposição mostrar a arte de ensinar tudo a todos, a pansofia de maneira certa e eficiente em todos os lugares, para toda a juventude, sem discriminação de sexo ou classe social, compreendendo a educação de forma global, de modo que “nos anos da primeira juventude, receba a instrução sobre tudo o que é da vida presente e futura, de maneira sintética, agradável e sólida” (COMENIUS, 2002, p. 11).
A obra é dedicada a “todos que presidem as coisas humanas”, ou seja, aos governantes, aos pastores de igreja, aos diretores de escola, aos pais e aos preceptores, ressaltando a educação como mola propulsora para o desenvolvimento do gênero humano e mecanismo de reforma social e de transcendência. Assim pronuncia-se Comenius a respeito da finalidade da escola:
[...] Digo que corresponde a seus fins a escola que seja uma verdadeira oficina de homens: onde as mentes dos discentes sejam iluminadas pelo fulgor do saber para penetrar facilmente todas as coisas secretas e manifestas [...] onde os espíritos e suas paixões sejam encaminhados para a harmonia universal das virtudes, onde os corações ardam de amor pela divindade [...] Numa palavra, onde todos aprendam totalmente tudo. (COMENIUS, 2002, p. 103)
A partir da explicitação de seu projeto de escola em que tudo seja ensinado a todos e todos aprendam tudo, o pedagogo morávio critica duramente as escolas que ministram um ensino inerte e confuso, não atendendo aos seus fins, e considera que “as escolas geralmente são consideradas espantalhos para crianças e tortura para a mente: a maior parte dos alunos, enojada da cultura e dos livros, precipita-se para as lojas dos artesãos ou para alguma outra ocupação” (COMENIUS, 2002, p. 105).
O