Dibs em busca de si mesmo
Dibs era uma criança marcada por profundos traumatismos. Acreditavam que ele poderia ser um retardado mental, psicótico ou autista. Enfim, eram muitas as possibilidades. Ele tinha cinco anos de idade, era uma criança solitária e agressiva.
De acordo é narrado no livro (p.19) Dibs “Recusava até ficar com as costas contra parede e colocava as mãos para cima “prontas para arranhar”, prontas para lutar se alguém tentasse aproximar-se” e “ele parecia decidido a manter-se isolado das pessoas”. Para Erikson, essa tendência de se pôr à parte das pessoas e do mundo, constitui em uma tentativa de destruir não só suas características pessoais, porque insegura e perigosa, como as do outro, porque invasoras e ameaçadoras. Já a agressão, na concepção de Freud, é uma relação típica à frustração, podendo ser direta ou indireta. Observando Dibs, sabendo que o comportamento humano é determinado principalmente por forças inconscientes construídas ao longo das relações do indivíduo com outros, percebemos que seus traumas são causados por uma carência afetiva, fruto da sua relação com seus pais.
Já desde a gestação, Dibs fora rejeitado pelos pais, segundo relato da sua mãe (p. 112) “Meu marido sentiu-se ofendido com minha gestação. Sempre achou que deveria tê-la evitado [...] Eu também me ressenti com o fato”. Com isso, Dibs também repudiou sua mãe ao nascer. Pois, a identificação do bebê com sua mãe ocorre antes do nascimento, ainda no útero. O bebê necessita da presença não só física, mas também psicológica da mãe. Winnicott relaciona as conseqüências de um apoio imperfeito